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Adilson Costa

As três peneiras

Certa vez um homem chegou até Sócrates e disse:


— Mestre, escute-me, pois, tenho que contar-lhe algo importante a respeito de seu amigo!


— Espera um pouco — interrompe o sábio — fez passar aquilo que quer contar, pelas três


peneiras?


— Que três peneiras, Mestre?


— Então escute bem! A primeira é a peneira da Verdade. Está convicto de que tudo que quer


dizer-me é verdade?


— Não exatamente, Mestre. Somente o ouvi de outros.


— Mas então certamente fez passar pela segunda peneira. Trata-se da peneira da Bondade.


O homem ficou ruborizado e respondeu:


— Devo confessar-lhe que não, Mestre.


— E pensou na terceira peneira? Seria-me útil o que quer falar a respeito de meu amigo? Seria


esta a peneira da Utilidade.


— Útil? Na verdade, não.


— Vê? — disse-lhe o sábio — se aquilo que quer contar-me não é Verdadeiro, nem Bom, nem


Útil, então é melhor que o guarde somente para ti.


[Autor desconhecido]


Pode ser somente uma fábula, mas convenhamos. É a pura verdade, e quem é bom sabe que ficar de boca fechada é bem útil, principalmente, quando você deseja ser portador de fofocas.


O teor da fofoca pode passar pela primeira peneira, ou seja, ser verdade, contudo não passa pelas outras duas.


Será que seguimos o conselho do sábio? Vamos ficar atentos e peneirar nossas mensagens e intenções.


Fique bem!

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