A Teoria dos Círculos Concêntricos desenvolvida por Jeremy Bentham (1748-1832) e que ao longo dos anos foi sendo modificada está ligada ao conceito jurídico e a vida privada dos indivíduos. Círculos Concêntricos, por sua vez, são círculos que compartilham o mesmo centro, a figura de um alvo é um ótimo exemplo.
No direito temos três círculos, o círculo da privacidade, o da intimidade e o do segredo.
Resumidamente, a privacidade é a camada mais externa, a intimidade a esfera intermediária e o segredo é a camada mais profunda onde são armazenadas as informações mais íntimas de um ser humano, geralmente não compartilhadas com outras pessoas.
Vale a pena uma consulta no google para conhecer um pouco mais sobre o assunto e entender como isso se dá no dia a dia.
Quero utilizar o conceito apresentado na esfera da psicanálise.
Na psicanálise temos a manifestação do inconsciente no comportamento humano, a figura de um iceberg é muito utilizada para demonstrar a nossa psiquê.
Trazendo para Círculos Concêntricos podemos ilustrar a camada externa como ao que conhecem de nós ou deduzem a nosso respeito a partir do que permitimos que conheçam, a camada intermediaria como um ponto beta, como nos softwares e/ou aplicativos que são lançados com alguns bugs, funcionam, porém volta e meia apresentam erros. Seria a nossa versão que nós conhecemos, mas procuramos esconder dos outros e muitas vezes de nós mesmos. Sabemos o que fazemos, porém não entendemos o porquê.
E por fim, temos a camada mais profunda, o inconsciente, um ponto cego para nós, sendo que no caso da teoria relacionada ao direito os segredos se revelados, sem autorização do indivíduo, deve ser penalizado de forma exemplar, rígida, dado os danos à imagem da pessoa, muitas vezes irreparáveis. Na psicanálise desvendar estes segredos é primordial, pois a manutenção do ponto cego é que causam danos. Os porquês desconhecidos no ponto beta estão escondidos na camada mais profunda.
Obviamente, que não se trata de divulgar o segredo inconsciente para o público e sim para o próprio indivíduo.
De certa forma, o público saberá indiretamente, usufruindo do resultado deste conhecimento transformado em ações e reações desse indivíduo.
No direito o indivíduo sabe do que se trata, é um segredo seu, já na psicanálise somente o seu EU inconsciente é que tem acesso as informações as quais são responsáveis por muitas atitudes e comportamentos que não são produtivos a sua saúde mental.
Ter conhecimento do seu EU é importante para regular o que precisa.
É claro que não conseguiremos saber tudo, mas o necessário para nos conhecermos melhor e a partir daí começar as mudanças internas, endógenas.
Muitas vezes a busca do autoconhecimento é freada pelo desejo do ser humano em ser exógeno, ou seja, ser percebido pelo externo, por seus stakeholders. Pela família, amigos, colegas de trabalho, amores, etc.
Este desejo precisa ser regulado, pois sabemos da importância das relações interpessoais, o convívio social é primordial e necessário para o ser humano, contudo, não a qualquer custo mental.
No processo de conhecimento dos seus segredos inconscientes poderá ser necessário repensar suas relações, se desligar do externo e em algumas situações se desligar de pessoas. Entender quais são as suas reais necessidades e diferenciá-las de desejos. O que eu quero do que eu preciso.
As diversas áreas de nossa jornada são como círculos concêntricos compartilham o mesmo centro, o inconsciente.
É assim, desse jeitinho aí !
Quer acertar o alvo? Busque o autoconhecimento. Faça terapia!
Comentarios