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Adilson Costa

Finanças Comportamentais

Finanças Comportamentais é uma área da Economia que estuda e analisa as decisões das pessoas na esfera financeira.

Considera, entre outras coisas, a estrutura do comportamento humano e suas motivações para a tomada de decisão.

Dentro das finanças comportamentais destacaremos uma categoria muito importante, os equívocos que todos nós cometemos, mas que dificilmente conseguimos perceber em nossa rotina decisória.

Apesar dos erros recorrentes, os quais na sua maioria geram perdas, tendemos a repeti-los.

Isso acontece, porque não é você quem está no controle e sim o seu o cérebro, e este condicionado a procurar o mais fácil.

É estar no piloto automático, como, por exemplo, escovar os dentes, dirigir um veículo. Depois de um tempo, você não fica conjecturando como fazer.

Para quem tem a CNH, deve se lembrar de suas primeiras aulas de direção, tudo era tão complicado, e depois de um tempo ficou tudo tão simples. Você não precisa pensar no que vai fazer, faz automaticamente.

E é automático, porque você armazenou todas as informações necessárias no seu cérebro. E ele usa tais informações no momento em que você decide, por exemplo, escovar os dentes.

Na questão financeira não é diferente, o seu cérebro procura as informações e dirige suas escolhas.

Tais decisões são influenciadas por dois grupos:  vieses e heurísticas.

Os vieses são padrões de julgamento equivocado, enquanto as heurísticas são atalhos mentais criados pelo cérebro para tomar decisões mais rapidamente.

Se considerarmos os exemplos de dirigir automóvel e escovar os dentes, tais atalhos são positivos, porém, nem sempre somos favorecidos pela heurística.

Os vieses e heurística, em conjunto, estão sempre presentes, e como já falamos, podem ser os responsáveis por nossos equívocos financeiros, principalmente, em época de crise, momento que o emocional é mais exigido. Nós nos autossabotamos. E isto não acontece, somente na área financeira.

Sabe, aquela pessoa que volta e meia faz escolhas erradas. Sempre se envolve com pessoas de um mesmo perfil e se dão mal? Ela decide sempre na mesma linha de raciocínio. (Que de racional não tem nada). Seguem padrões, são os vieses e as heurísticas em ação, obviamente, que temos outros mecanismos agindo em nossa psique. A qual, para Jung consiste nos processos psíquicos conscientes ou inconscientes, enquanto para Freud, em consciente, pré-consciente e inconsciente, sendo que mais tarde propôs um novo modelo para o aparelho psíquico, o qual dividiu em três partes ID – Ego – SuperEgo.

Um exemplo de heurística é a da disponibilidade.

A premissa da heurística da disponibilidade é muito simples: quanto mais rapidamente você é capaz de se lembrar de um exemplo para um acontecimento, mais frequente ou provável ele é. Afinal, a memória é curta!

Em alguns casos,  a heurística da disponibilidade nos ajuda, como por exemplo, você se lembrar que, costumeiramente, há engarrafamentos em seu trajeto ao trabalho, o faz sair com antecedência, já que a probabilidade de ocorrer é grande, porém o uso  desenfreado, já que falamos em transito, pode causar uma colisão, muitas vezes, trágicas, por decisões geradas por este atalho mental.

No ambiente financeiro, pode causar prejuízos e perdas do seu capital.

Muitos investidores, seguem o que está na moda, ou seja, o que está mais disponível “evidente” na mídia, várias assets management, sugerindo determinados investimentos, e a febre hoje são em renda variável em especial, bolsa de valores.

Existe um otimismo enorme no ar e muitos investidores se jogam de cabeça.

Ahh! Mas com a Selic a 2% não dá para pensar em outra coisa, senão em “arriscar” um pouco mais.

Sim, é certo que para um ganho maior, o risco equivale, ou seja, também será maior. Nada de errado nisso.

Contudo, como em tudo na vida, se jogar de cabeça não é aconselhável. Até mesmo em uma piscina. Vai que a piscina seja rasa, você se dará mal.

Investir em uma determinada ação e/ou FIIs, ETFs pelo simples fato que apresentam ganhos, acreditando que o ciclo de alta continuará, é totalmente desaconselhável, já que para investir, se faz necessário um conjunto de análises.

Esteja alerta uma ação muito falada ou com muitos negócios tendem a ser mais lembrada, porém não significa “ad eternum”.

Sabe aquela coisa de você não assistir muito filme de terror a noite para não ter pesadelos?

Por exemplo, um acidente de avião, afetará, temporariamente, a sua percepção sobre a segurança de voar, principalmente, os casos de maior relevância com ampla cobertura da mídia, já que a ocorrência do acidente, virá com facilidade à sua mente.

Contudo, acidentes de avião não são “ad eternum”, e logo você retorna ao seu estado natural de não ter medo de voar. Isso, se não for uma neurose, aí teremos que tratar a psique.

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