Ser ou não ser não é a questão.
Seria mais fácil eu ter colado a frase de Hamlet “Ser ou não ser, eis a questão” a qual falou durante o monólogo da primeira cena do terceiro ato na peça homônima de William Shakespeare.
O personagem do drama de Shakespeare não parou nesta frase, ele continuou:
“será mais nobre Em nosso espírito sofrer pedras e flechas
Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
Ou insurgir-nos contra um mar de provocações
E em luta pôr-lhes fim? Morrer… dormir: não mais.”
O estágio da dúvida é salutar, nos faz refletir
– Ser ou não ser está ligado a tomada de decisão, de como vamos nos posicionar diante dos acontecimentos.
Acontecimentos os quais muitas vezes são fatalidades, o inesperado.
Nestes casos, eis a questão: Como você irá se posicionar!?
Poderíamos discorrer sobre esta questão, porém quero falar mesmo do “ser ou não ser não é questão.”
O sofrimento narrado por Hamlet, pode ser muita coisa, por exemplo, o desejo de ser o que não se é, e assim deixar de ser o que se é, ou o que se pode ser. Como disse Lacan “Penso onde não Sou, logo Sou onde não Penso”.
Enquanto você se compromete em ser o que não é, pelo simples fato de não ser o que as pessoas querem que você seja, a questão não é respondida e você fica de questão em questão, e o pior, questões que não tem respostas.
O estágio da dúvida é algo salutar desde que você, EM ALGUM MOMENTO, encontre a resposta, portanto, enquanto você estiver sendo o que as pessoas querem que você seja, ser ou não ser deixa de ser a questão, já que você, de certa forma, já respondeu o que você é. Você é o que elas querem que você seja!
Se você está feliz com a resposta: Sou o que as pessoas querem que eu seja!
Tudo bem siga em frente!
Mas, algo me diz que, talvez, só talvez, você não esteja tão feliz assim.
O ignorante afirma, o sábio dúvida, o sensato reflete. [Aristóteles]
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